Livro sensacional ! |
Olá amigo seguidor, gostaria de sugerir este livro para você. É uma obra muito linda que conta uma história triste e real, mas carregada de ensinamentos. Você vai se surpreender como a mente pode se manter equilibrada mesmo nos momentos de maior dificuldade como durante a II Guerra Mundial. Uma citação muito legal extraída do livro ilustra bem o que estou falando: "Nós que vivemos em campos de concentração podemos nos lembrar que os homens que percorriam as barracas para confortar os outros, abriam mão de seu último pedaço de pão. Eles podem ter sido poucos em número, mas eles sustentaram prova suficiente de que tudo pode ser tirado de um homem exceto por uma coisa: a última de suas liberdades—escolher sua atitude em um determinado arranjo circunstancial, a escolha de seu próprio caminho."
Holocausto de Auschwitz |
O doutor Viktor Frankl (autor do livro) teve sua família inteira – à exceção de sua irmã – morta nos campos de concentração nazistas. Tamanho sofrimento não o impediu de escolher um caminho que desse sentido para sua vida, inclusive para todo esse sofrimento. A liberdade essencial que os seres humanos possuem é justamente a de escolher a atitude diante das circunstâncias encontradas na vida, por mais negativas que estas possam ser. No livro Frankl faz um relato de sua experiência nos campos de concentração, assim como apresenta os principais pontos da logoterapia, sua criação psicoterapêutica cuja essência é justamente a busca do sentido existencial de cada indivíduo. Diante das circunstâncias mais absurdas possíveis, Frankl compreendeu que a intensificação da vida interior ajudava o prisioneiro a fugir do vazio, da desolação e da pobreza espiritual de sua existência naquele inferno, onde sobreviver muitas vezes parecia uma péssima opção. Aqueles que se deixavam consumir pela apatia e pela sensação de que o mundo não faz sentido, após ser vítima de tanta injustiça e crueldade, costumavam durar menos.
Você vai amar! |
A postura diante daquelas terríveis circunstâncias fazia toda a diferença do mundo, tanto nas chances de sobrevivência como na forma de morrer – com ou sem dignidade. O que ele compreendeu foi que, mesmo rumo à morte provável, ele poderia ao menos dar algum sentido àquilo tudo. Sendo ele médico, ajudar os companheiros seria um propósito bem melhor do que simplesmente vegetar ou abandonar quaisquer esperanças de sair dali. Claro que não é fácil tomar tal decisão, e o próprio Frankl lembra que, para julgar os demais, é preciso sinceramente tentar se colocar em seus lugares e perguntar se acha que faria diferente. Nessas circunstâncias mais extremas é que o verdadeiro caráter dos homens é testado. Seus valores mais básicos são colocados em dúvida, sob a influência de um mundo que não mais reconhece a vida humana e sua dignidade como valores. Mas se o homem não luta contra isso num último esforço de salvar seu respeito próprio, ele perde o sentimento de ser um indivíduo, um ser com uma mente, uma liberdade interior e um valor pessoal.
O autor do livro V.F. |
O livro, triste nos seus relatos pessoais, é uma lição para qualquer um que esteja em meio a adversidades, lançando perguntas sobre a vida e seu sentido. A experiência de Frankl é uma constante busca de sentido na vida, enquanto procura uma migalha de alimento para conseguir manter a mente suficientemente lúcida.
Ele mostra que a vida em meio à dor e o sofrimento é o lugar também para exercitar a compaixão e a generosidade. Quando nos sentimos mais deprimidos, desprovidos e maltratados, pensamos sim em receber alguma coisa, mas devemos também pensar em dar alguma coisa a alguém em situação mais degradada. Segue abaixo algumas frases extraídas da obra.
- "Nós podemos descobrir o significado da vida de três diferentes maneiras: (1) fazendo alguma coisa; (2) experimentando um valor; e (3) sofrendo."
- "Fundamentalmente, portanto, qualquer homem pode, mesmo sob tais circunstâncias, decidir no que ele deve se tornar - mentalmente e espiritualmente. Ele pode manter sua dignidade humana mesmo em um campo de concentração."
- "O que realmente importa não é o que esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós. Nós precisamos parar de perguntar sobre o sentido da vida, e ao invés de pensar em nós mesmos como aqueles que questionam sobre a vida."
- "A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o ultimo suspiro, configurar sua vida de modo que tenha sentido."
- "O que realmente importa não é o que nós esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós."
- "Quando não pudermos mais sermos capazes de mudar uma certa situação—apenas pense em uma doença incurável tal como um câncer inoperável—é que somos desafiados a mudar a nós mesmos".
- "O homem é capaz de mudar o mundo para a melhor, se possível, e mudar a si mesmo para a melhor, se necessário."
Entrevista concedida em 1985. Partes I e II